HISTÓRIA DA MÚSICA
Podemos dizer que a “Música” é a arte de combinar os sons e o
silêncio. Se pararmos para perceber os sons que estão a nossa volta,
concluiremos que a música é parte integrante da nossa vida, ela é nossa criação
quando cantamos, batucamos ou ligamos um rádio ou TV. Hoje a música se faz
presente em todas as mídias, pois ela é uma linguagem de comunicação universal,
é utilizada como forma de “sensibilizar” o outro para uma causa de terceiro,
porém esta causa vai variar de acordo com a intenção de quem a pretende, seja
ela para vender um produto, ajudar o próximo, para fins religiosos, para
protestar, intensificar noticiário, etc.
A música existe e sempre existiu como produção cultural, pois de
acordo com estudos científicos, desde que o ser humano começou a se organizar
em tribos primitivas pela África, a música era parte integrante do cotidiano
dessas pessoas. Acredita-se que a música tenha surgido há 50.000 anos, onde as
primeiras manifestações tenham sido feitas no continente africano,
expandindo-se pelo mundo com o dispersar da raça humana pelo planeta. A música,
ao ser produzida e/ou reproduzida, é influenciada diretamente pela organização
sociocultural e econômica local, contando ainda com as características
climáticas e o acesso tecnológico que envolvem toda a relação com a linguagem
musical. A música possui a capacidade estética de traduzir os sentimentos,
atitudes e valores culturais de um povo ou nação. A música é uma linguagem
local e global.
Na pré-história o ser humano já produzia uma forma de música que lhe
era essencial, pois sua produção cultural constituída de utensílios para serem
utilizados no dia-a-dia, não lhe bastava, era na arte que o ser humano
encontrava campo fértil para projetar seus desejos, medos, e outras sensações
que fugiam a razão. Diferentes fontes arqueológicas, em pinturas, gravuras e
esculturas, apresentam imagens de músicos, instrumentos e dançarinos em ação,
no entanto não é conhecida a forma como esses instrumentos musicais eram
produzidos.
Das grandes civilizações do mundo antigo, foram encontrados vestígios
da existência de instrumentos musicais em diferentes formas de documentos. Os
sumérios, que tiveram o auge de sua cultura na bacia mesopotâmia a milhares de
anos antes de Cristo, utilizavam em sua liturgia, hinos e cantos salmodiados,
influenciando as culturas babilônica, caldéia, e judaica, que mais tarde se
instalaram naquela região.
A cultura egípcia, por volta de 4.000 anos a.C., alcançou um nível
elevado de expressão musical, pois era um território que preservava a
agricultura e este costume levava às cerimônias religiosas, onde as pessoas
batiam espécies de discos e paus uns contra os outros, utilizavam harpas,
percussão, diferentes formas de flautas e também cantavam. Os sacerdotes treinavam
os coros para os rituais sagrados nos grandes templos. Era costume militar a
utilização de trompetes e tambores nas solenidades oficiais.
Na Ásia, a 3.000 a.C., a música se desenvolvia com expressividade nas
culturas chinesa e indiana. Os chineses acreditavam no poder mágico da música,
como um espelho fiel da ordem universal. A “cítara” era o instrumento mais
utilizado pelos músicos chineses, este era formado por um conjunto de flautas e
percussão. A música chinesa utilizava uma escala pentatônica (cinco sons). Já
na Índia, por volta de 800 anos a.C., a música era considerada extremamente
vital. Possuíam uma música sistematizada em tons e semitons, e não utilizavam
notas musicais, cujo sistema denominava-se “ragas”, que permitiam o músico
utilizar uma nota e exigia que omitisse outra.
A teoria musical só começou a ser elaborada no século V a.C., na
Antiguidade Clássica. São poucas as peças musicais que ainda existem deste
período, e a maioria são gregas. Na Grécia a representação musical era feita
com letras do alfabeto, formando “tetracordes” (quatro sons) com essas letras.
Foram os filósofos gregos que criaram a teoria mais elaborada para a linguagem
musical na Antiguidade. Pitágoras acreditava que a música e a matemática
formavam a chave para os segredos do mundo, que o universo cantava,
justificando a importância da música na dança, na tragédia e nos cultos gregos.
É de conhecimento histórico que os romanos se apropriaram da maioria
das teorias e técnicas artísticas gregas e no âmbito da música não é diferente,
mas nos deixaram de herança um instrumento denominado “trompete reto”, que eles
chamavam de “tuba”. O uso do “hydraulis”, o primeiro órgão cujos tubos eram
pressionado pela água, era freqüente.
Hoje é possível dividir a história da música em períodos específicos,
principalmente quando pretendemos abordar a história da música ocidental, porém
é preciso ficar claro que este processo de fragmentação da história não é tão
simples, pois a passagem de um período para o outro é gradual, lento e com
sobreposição. Por volta do século V, a igreja católica começava a dominar a
Europa, investindo nas “Cruzadas Santas” e outras providências, que mais tarde
veio denominar de “Idade das Trevas” (primeiro período da Idade Média) esse seu
período de poder.
A Igreja, durante a Idade Média, ditou as regras culturais, sociais e
políticas de toda a Europa, com isto interferindo na produção musical daquele
momento. A música “monofônica” (que possui uma única linha melódica), sacra ou
profana, é a mais antiga que conhecemos, é denominada de “Cantochão”, porém a
música utilizada nas cerimônias católicas era o “canto gregoriano”. O canto
gregoriano foi criado antes do nascimento de Jesus Cristo, pois ele era cantado
nas sinagogas e países do Oriente Médio. Por volta do século VI a Igreja Cristã
fez do canto gregoriano elemento essencial para o culto. O nome é uma homenagem
ao Papa Gregório I (540-604), que fez uma coleção de peças cantadas e as
publicou em dois livros: Antiphonarium e as Graduale Romanum. No século IX
começa a se desenvolver o “Organum”, que são as primeiras músicas polifônicas
com duas ou mais linhas melódicas. Mais tarde, no século XII, um grupo de
compositores da Escola de Notre Dame reelaboraram novas partituras de Organum,
tendo chegado até nós os nomes de dois compositores: Léonin e Pérotin. He also
began the “Schola Cantorum” that gave great development to the Gregorian chant.
A música renascentista data do século XIV, período em que os artistas
pretendiam compor uma música mais universal, buscando se distanciarem das
práticas da igreja. Havia um encantamento pela sonoridade polifônica, pela
possibilidade de variação melódica. A polifonia valorizava a técnica que era
desenvolvida e aperfeiçoada, característica do Renascimento. Neste período,
surgem as seguintes músicas vocais profanas: a “frótola”, o “Lied” alemão, o
Villancico”, e o “Madrigal” italiano. O “Madrigal” é uma forma de composição
que possui uma música para cada frase do texto, usando o contraponto e a
imitação.
Os compositores escreviam madrigais em sua própria língua, em vez de
usar o latim. O madrigal é para ser cantado por duas, três ou quatro pessoas.
Um dos maiores compositores de madrigal elisabetano foi Thomas Weelkes.
Após a música renascentista, no século XVII, surgiu a “Música Barroca”
e teve seu esplendor por todo o século XVIII. Era uma música de conteúdo
dramático e muito elaborado. Neste período estava surgindo a ópera musical. Na
França os principais compositores de ópera eram Lully, que trabalhava para Luis
XIV, e Rameau. Na Itália, o compositor “Antonio Vivaldi” chega ao auge com suas
obras barrocas, e na Inglaterra, “Haëndel” compõe vários gêneros de música, se
dedicando ainda aos “oratórios” com brilhantismo. Na Alemanha, “Johann
Sebastian Bach” torna-se o maior representante da música barroca.
A “Música Clássica” é o estilo posterior ao Barroco. O termo
“clássico” deriva do latim “classicus”, que significa cidadão da mais alta
classe. Este período da música é marcado pelas composições de Haydn, Mozart e
Beethoven (em suas composições iniciais). Neste momento surgem diversas
novidades, como a orquestra que toma forma e começa a ser valorizada. As
composições para instrumentos, pela primeira vez na história da música, passam
a ser mais importantes que as compostas para canto, surgindo a “música para
piano”. A “Sonata”, que vem do verbo sonare (soar) é uma obra em diversos
movimentos para um ou dois instrumentos. A “Sinfonia” significa soar em
conjunto, uma espécie de sonata para orquestra. A sinfonia clássica é dividida
em movimentos. Os músicos que aperfeiçoaram e enriqueceram a sinfonia clássica
foram Haydn e Mozart. O “Concerto” é outra forma de composição surgida no
período clássico, ele apresenta uma espécie de luta entre o solo instrumental e
a orquestra. No período Clássico da música, os maiores compositores de Óperas
foram Gluck e Mozart.
Enquanto os compositores clássicos buscavam um equilíbrio entre a
estrutura formal e a expressividade, os compositores do “Romantismo” pretendem
maior liberdade da estrutura da forma e de concepção musical, valorizando a
intensidade e o vigor da emoção, revelando os pensamentos e sentimentos mais
profundos. É neste período que a emoção humana é demonstrada de forma extrema.
O Romantismo inicia pela figura de Beethoven e passa por compositores como
Chopin, Schumann, Wagner, Verdi, Tchaikovsky, R. Strauss, entre outros. O
romantismo rendeu frutos na música, como o “Nacionalismo” musical, estilo pelo
qual os compositores buscavam expressar de diversas maneiras os sentimentos de
seu povo, estudando a cultura popular de seu país e aproveitando música
folclórica em suas composições. A valsa do estilo vienense de Johann Strauss é
um típico exemplo da música nacionalista.
O século XX é marcado por uma série de novas tendências e técnicas
musicais, no entanto torna-se imprudente rotular criações que ainda encontra-se
em curso. Porém algumas tendências e técnicas importantes já se estabeleceram
no decorrer do século XX. São elas: Impressionismo, Nacionalismo do século XX,
Influências jazzísticas, Politonalidade, Atonalidade, Expressionismo,
Pontilhismo, Serialismo, Neoclassicismo, Microtonalidade, Música concreta,
Música eletrônica, Serialismo total, e Música Aleatória. Isto sem contar na
especificidade de cada cultura. Há também os músicos que criaram um estilo
característico e pessoal, não se inserindo em classificações ou rótulos,
restando-lhes apenas o adicional “tradicionalista”.
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