A FORMAÇÃO DO ESTADO INGLÊS
Os anglo-saxões, tribos de origem
germânica ocidental, se instalaram na parte oriental da Grã-Bretanha no século
V e vieram a exercer domínio sobre a Inglaterra e também sobre partes da Baixa
Escócia no decorrer dos séculos seguintes, regiões que, no século VII, se
converteram ao cristianismo. Em 1066, os normandos, originários do norte da
França, conquistaram a Inglaterra. Liderados por Guilherme, o Conquistador,
esse povo de origem viking derrotou os anglo-saxões e, no século XI, a
Inglaterra assistiu ao reforço das estruturas feudais.
Irmão de seu antecessor, o rei
João envolveu-se em conflitos com a França e com o papa, provocando a
insatisfação de setores da sociedade inglesa. Parte da nobreza inglesa, os
barões, e do clero formou uma assembleia, obrigando o rei a assinar um
documento, conhecido como a Magna Carta. De acordo com esse documento, assinado
em 1215, cavam vedadas ao rei a alteração de leis ou a criação de impostos sem
prévia aprovação de um conselho composto da nobreza e do clero. O grande
Conselho daria origem, em 1258, ao Parlamento. Alguns princípios jurídicos
também eram garantidos, como aqueles que “estabeleceram que ações contra homens
livres somente devem ser instauradas pelo julgamento de pares e / ou da Lei da
Terra, e que a justiça não será negada, vendida ou protelada.” (Dicionário da
Idade Média, H.R Loyn).
Devido a essa peculiaridade, o
poder dos reis ingleses teve como contraparte a presença do Parlamento da
Inglaterra. A existência desse órgão, no entanto, não evitou posteriores
momentos de concentração do poder nas mãos do rei. No século XIV, Inglaterra e
França iniciaram um longo conflito, a Guerra dos Cem Anos, que se estendeu
entre 1337 e 1453 e se constituiu em uma série de batalhas entre ingleses e
franceses. As origens do conflito estavam relacionadas às disputas dinásticas e
atingiram em grande parte o território da França. Entre as causas da Guerra,
incluíam-se questões como a pirataria no Canal da Mancha, disputas
territoriais, rivalidades comerciais na região de Flandres e reivindicações
dinásticas envolvendo as dinastias Capetíngia (reinante na França) e
Plantageneta.
Com o m da Guerra dos Cem Anos e
da dinastia dos Plantagenetas, estava em curso uma crise econômica e o nítido
declínio da nobreza inglesa. A Inglaterra mergulhou então em um novo conflito:
a Guerra das Duas Rosas, disputa interna pelo controle do trono inglês, quando
se enfrentaram a dinastia de York (rosa branca) e a de Lancaster (rosa
vermelha). Em 1485, aproveitando-se das disputas internas, Henrique Tudor
destronou Ricardo III, da casa dos York, e assumiu o trono, sendo reconhecido
pelo Parlamento como Henrique VII. Ao longo da dinastia Tudor, completou-se a
centralização monárquica na Inglaterra.
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