A ADMINISTRAÇÃO DA AMÉRICA
ESPANHOLA
As orientações
político-econômicas do Novo Mundo partiam da Espanha por meio de dois
importantes órgãos criados no início do século XVI:
● casa de contratação (1503):
Sediada inicialmente em Sevilha, sua função principal era direcionar os
aspectos administrativo-econômicos do Novo Mundo, com ênfase no recolhimento
tributário, que garantiria o cumprimento do ideal mercantilista da Coroa
espanhola.
Nesse sentido, uma das primeiras
medidas foi o estabelecimento do sistema de frotas, em que os navios se
deslocavam de seis em seis meses para as áreas portuárias, evitando as ações
dos piratas e os desvios de recursos. A política de porto único também
contribuía para tal m, com a utilização apenas do porto de Sevilha como base
para o desembarque de navios oriundos do continente americano.
Apenas em 1717, o porto de Cadiz
passou a assumir o controle da navegação, visto que para lá foi transferida a
sede da Casa de Contratação. Também era atribuição desse órgão a mediação de
disputas entre capitães de navios, mercadores estrangeiros, e outros casos que
pudessem exigir o julgamento de questões relativas ao comércio envolvendo as
áreas americanas.
● conselho das Índias (1524): Com
seus membros escolhidos diretamente pelo rei, o Conselho das Índias representou
o principal órgão de controle da América Espanhola. Responsável pela nomeação
dos principais funcionários que atuariam no novo continente, o Conselho também
foi responsável pela divisão administrativa vigente nas novas terras.
● Apesar de as atribuições
econômicas serem de responsabilidade da Casa de Contratação, muitas das
regulamentações nesse setor eram traçadas pelo Conselho, que também cumpria o
papel de Corte Suprema no trato das principais questões relativas aos territórios
coloniais.
● Cumpria, por assim dizer,
papéis equivalentes aos que são cumpridos pelos poderes Executivo, Legislativo
e Judiciário no trato da América Espanhola, sempre em nome da autoridade do
monarca espanhol.
Sediados na Espanha, a Casa de
Contratação e o Conselho das Índias foram responsáveis pela criação das
estruturas de comando na América. Nesse sentido, destaca-se a fundação de
quatro vice-reinos (Nova Espanha ou México, Nova Granada, Peru e Prata),
sediados nos principais centros econômicos e controlados pelos vice-reis,
nomeados pelo Conselho das Índias e submetidos judicialmente ao controle das
audiências.
Originalmente fundadas na Espanha
e transferidas para a América, as Audiências eram tribunais conduzidos por
ouvidores vitalícios nomeados pelo rei e que tinham amplas atribuições, a ponto
de poderem julgar as ações dos vice-reis. A América Espanhola também se
destacou pela existência de capitanias (Cuba, Guatemala, Venezuela, Chile e
Flórida), que estavam submetidas ao controle dos vice-reinos e que
representavam regiões desenvolvidas de forma incipiente, não pacificadas, mas
estratégicas do Império espanhol na América.
Já o controle da administração
local cava a cargo dos cabildos ou ayuntamientos, que também exerciam os papéis
Legislativo e Judiciário no âmbito regional de cada vila e cidade.
A região colonial espanhola
apresentou duas peculiaridades que a distinguem da área colonial portuguesa: a
fundação de universidades e a instalação de tribunais da Inquisição. As
primeiras, sob o controle de ordens religiosas, serviam para a instrução dos
ibéricos e de seus lhos na América. Já os tribunais serviram à repressão dos
movimentos considerados heréticos pela Igreja no Novo Mundo.
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