OS ANTECEDENTES DA I GUERRA MUNDIAL
O imperialismo foi a causa principal da
Primeira Guerra, pois as nações industrializadas da Europa disputavam áreas de
influência e mercados nos continentes africano e asiático. O aumento das rivalidades
e o fortalecimento do nacionalismo culminaram em um conflito armado que
atingiu, direta ou indiretamente, todo o planeta.
Um exemplo do aumento das rivalidades foi o m
do equilíbrio europeu, quando Itália e Alemanha realizaram seu processo de
unificação e passaram a disputar mercados com as duas principais potências
europeias até então – França e Inglaterra. O processo de uni cação da Alemanha
foi concretizado por meio de uma guerra contra a França, a chamada Guerra
Franco-Prussiana (1870-1871), na qual a Alemanha, vitoriosa, tomou da França as
regiões da Alsácia e Lorena, ricas em minério de ferro e carvão, prejudicando a
economia francesa e gerando um sentimento de revanchismo francês.
A aquisição dessas regiões favoreceu também a
rivalidade anglo-germânica, afinal, ao adquirir as matérias-primas necessárias
ao seu desenvolvimento industrial, a Alemanha passou a disputar mercados com a
Inglaterra. Diante, portanto, de um cenário político tenso, as principais
nações europeias passaram a adotar uma política de alianças, e, assim, dois
grupos antagônicos se formaram: a Tríplice Aliança (1882), formada por
Alemanha, Áustria e Itália, e a Tríplice Entente (1907), formada
por Inglaterra, França e Rússia.
A aliança entre Alemanha e Áustria era
natural, já que os dois povos têm a mesma origem étnica e traços culturais
semelhantes; já a Itália possuía uma ligação mais forte com a Alemanha, uma vez
que as duas nações entraram atrasadas na corrida imperialista. Por outro lado,
a aliança entre Inglaterra e França se deu pela concorrência que ambas
enfrentavam com as novas nações. A entrada da Rússia na Entente tem uma
importante explicação econômica: o seu desenvolvimento industrial era completamente
dependente do capital estrangeiro, principalmente francês e inglês.
A Um outro ponto de divergência entre as
potências foi a chamada questão balcânica. A Península Balcânica era disputada
pela Rússia, que defendia o pan-eslavismo – união dos povos eslavos, habitantes
da região (sérvios, bósnios, romenos, eslovenos e croatas) – com o objetivo de
conquistar uma saída para o Mediterrâneo.
O interesse russo na região batia de frente
com o da Alemanha e do Império Turco-Otomano, que pretendiam construir a
estrada de ferro Berlim-Bagdá, permitindo, assim, que a Alemanha tivesse acesso
às reservas de petróleo do Golfo Pérsico. Além disso, havia o domínio da
Áustria no norte da Península, o que desagradava a Sérvia, que pretendia
construir a Grande Sérvia, mais tarde surgida como Iugoslávia, o que também lhe
daria uma saída para o Mediterrâneo.
Diante das tensões geradas nos primeiros anos
do século XX, os países optaram por manter uma política de paz armada. Assim,
enquanto se mantinham aparentemente inofensivos, esses países desenvolviam uma
postura militarista, belicosa, como forma de se prepararem para uma possível
guerra. Como as principais potências europeias, além de estarem organizadas em
alianças, assumiram essa postura, isso também favoreceu a eclosão do conflito.
Os gráficos a seguir revelam a dimensão da belicosidade das principais forças mundiais
às vésperas de 1914.
A causa imediata da Guerra, no entanto, foi o
assassinato de Francisco Ferdinando, herdeiro do Império Austro-Húngaro, região
fronteiriça à disputada Península Balcânica. Francisco Ferdinando tinha como
projeto político, após se tornar imperador, anexar a Sérvia ao território
austrohúngaro , for mando uma monarquia tríplice.
No dia 28 de junho de 1914, em visita a
Sarajevo, capital da Bósnia – que, apesar de pertencer ao Império
Austro-Húngaro, situava-se próxima à fronteira com a Sérvia –, Francisco
Ferdinando e sua esposa foram assassinados por um jovem estudante, Gravilo Princip,
membro da organização secreta antiaustríaca da Sérvia, Mão Negra.
Imediatamente após o atentado, a Áustria
exigiu, entre outras ações, que jornais antiaustríacos fossem fechados, que
seus policiais participassem das
investigações acerca do assassinato e que todos os responsáveis fossem julgados
pelas suas próprias cortes. A Sérvia, no intuito de evitar um confronto direto,
atendeu parte das exigências, o que não foi su ciente para impedir uma declaração
formal de guerra por parte da Áustria. No dia 28 de julho de 1914, portanto,
iniciava-se o primeiro conflito de dimensões efetivamente mundiais.
Não tem questionário??
ResponderExcluir