O REINO DOS FRANCOS


O REINO DOS FRANCOS
Entre os vários reinos formados durante a Alta Idade Média, um deles merece atenção especial, o dos francos. A importância dos francos está vinculada à consolidação do cristianismo na Europa Ocidental e à generalização das relações de vassalagem e suserania. Esses povos, que foram aliados dos romanos até o século V, assumiram o domínio político da Gália sob a liderança de Clóvis I, da dinastia Merovíngia. A dinastia recebe esse nome, pois, nessa época, os francos ainda eram pagãos e se consideravam descendentes de uma divindade marinha nomeada Meroveu.
A conversão de Clóvis ao cristianismo foi fundamental para o controle das populações de origem romana, em sua maioria cristã, no interior do reino. O reino dos francos foi o primeiro entre aqueles de origem germânica a se converter ao cristianismo.
Após a morte de Clóvis, as disputas entre os merovíngios levaram ao enfraquecimento da dinastia e à ascensão dos carolíngios. Essa dinastia, que se iniciou com Carlos Martel, teve o seu auge com Carlos Magno. Devido à sua força, a dinastia obteve sucesso na contenção da expansão muçulmana em direção à Europa Central, principalmente quando venceu a Batalha de Poitiers em 732, ainda no reinado de Carlos Martel.
Durante o período em que esteve no poder, Carlos Magno, contando com o apoio da Igreja e com um reinado de grande vigor pessoal, conseguiu manter extensos domínios unificados e conquistar novas áreas. Assim, enquanto nos demais reinos predominavam a fragmentação e a instabilidade política, o Império Carolíngio desfrutava de relativa unidade.
A expansão do Império Carolíngio acarretou o fortalecimento do cristianismo nas regiões submetidas. Em troca do apoio da Igreja, os soberanos carolíngios concederam um vasto território na região da Península Itálica à Igreja, que ganhou condições de se tornar uma potência política atuante. Além disso, reforçando o costume do pagamento do dízimo à Igreja, os carolíngios vincularam na definitivamente à economia da época.
Nas áreas dominadas, Carlos Magno passou a conceder, ainda, terrenos àqueles chefes que o ajudaram na conquista de territórios. A nobreza franca e a Igreja recebiam faixas de terra chamadas de condados e marcas e, em troca, juravam fidelidade ao imperador. Começava-se, desse modo, a expansão da relação que daria origem à vassalagem e à suserania, através da qual alguns homens criaram uma rede hierárquica de poder.
No auge do Império Carolíngio, Carlos Magno foi aclamado imperador do Império Romano do Ocidente, título concedido pelo papa Leão III. Durante o seu reinado, ocorreu o Renascimento Carolíngio, momento de valorização da cultura de origem romana, como o latim, tendo a escola de Aixla-Chapelle se tornado um importante centro intelectual europeu.
Após a morte de Carlos Magno, vários fatores colaboraram para a desagregação do Império Carolíngio. As disputas entre os netos do imperador provocaram a partilha do Império pelo Tratado de Verdun em 843. Nessa divisão, aparecia o primeiro esboço do futuro mapa político europeu.
Além dos problemas internos, novas invasões – dos vikings e magiares ou húngaros – provocaram a fragmentação do Império Carolíngio. A partir desse evento, a configuração do mapa europeu se aproximava, então, da realidade feudal. A relativa centralização característica dos impérios outrora existentes daria lugar à pulverização do poder político em meio à nobreza feudal. A Europa se fechava, dando origem ao feudalismo


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