O DESENROLAR DA I
GUERRA MUNDIAL
Após o Império Austro-Húngaro ter declarado
guerra à Sérvia, os nacionalismos, já exacerbados desde o nal do século XIX,
vieram à tona. Assim, visando aumentar sua influência na Península Balcânica, a
Alemanha apoiou os austríacos, haja vista que estes eram seus parceiros na
Tríplice Aliança. A Rússia, por sua vez, não hesitou e logo prestou apoio aos
sérvios, com o objetivo de cumprir o pan-eslavismo, além de conter a expansão
germânica naquela região estratégica.
Posteriormente, tanto a França quanto a
Inglaterra – que já haviam reunido seus esforços na Tríplice Entente – se
uniram aos russos e aos sérvios com o claro intuito de conter o avanço da Alemanha.
Em 1914, divididas as forças, as ações
bélicas tiveram início. Naquele primeiro momento, impulsionados pelos nacionalismos
e também pelos armamentos que já vinham sendo acumulados desde o início do
século XX, os principais países envolvidos na Guerra se lançaram aos combates
diretos. É importante ressaltar que, até então, os europeus estavam acostumados
com as batalhas tradicionais, favoráveis à arte da guerra, em que a cavalaria e
a destreza do combatente eram fundamentais para o resultado do conflito.
Ao contrário do que esperavam os que se
postavam a favor das ações bélicas, a Primeira Guerra colocou as tecnologias desenvolvidas
pela Revolução Industrial a seu favor. Assim, durante a Guerra de Movimentos, como
ficou conhecida essa primeira fase do conflito, diversos artefatos modernos,
como metralhadoras e aviões, foram utilizados nos combates, o que provocou uma
destruição nunca antes vista pelos europeus.
Assustados com os estragos provocados pelo
primeiro ano da Guerra, os Exércitos iniciaram, a partir de 1915, a chamada Guerra
de Trincheiras. As trincheiras eram longas valas no solo, protegidas por
escoras de madeira e cercadas por arame farpado. A vida nas trincheiras era
terrível: quando chovia, os túneis inundavam com lama, atingindo, muitas vezes,
o peito dos soldados; os feridos cavam até a noite, ou às vezes por dias,
esperando resgates, que chegavam, normalmente, tarde demais; havia, ainda,
diversos animais nocivos à saúde, como piolhos e ratos. Mesmo assim, usadas por
ambos os lados, as trincheiras garantiram certo equilíbrio entre os
combatentes.
Em 1915, a Itália, que até então se mantinha neutra,
entrou na Guerra, curiosamente, do lado da Entente, após promessas da Inglaterra
e da França de que receberia várias possessões alemãs ao final do conflito. Devemos
nos lembrar, ainda, de que, apesar
de pertencer inicialmente à Tríplice Aliança,
a Itália tinha relações frágeis com a Áustria, afinal, em 1870, durante a uni
cação italiana, três pequenas regiões habitadas por italianos continuaram sob
domínio austríaco, a chamada Itália Irredenta.
Em 1917, ocorreram duas novas alterações significativas
para a Guerra: a entrada dos Estados Unidos, em 6 de abril, e a saída da
Rússia, em 17 de dezembro. Os Estados Unidos entraram na Guerra após alguns de
seus navios terem sido afundados, como é o caso do famoso navio Lusitânia,
alvejado no dia 7 de maio de 1915. Além disso, a pressão da opinião pública do
país, tradicional parceiro comercial dos ingleses, levou o presidente Woodrow Wilson
a declarar guerra aos alemães.
Existe ainda uma leitura histórica que defende
a entrada dos Estados Unidos como uma forma de garantir seus interesses
econômicos, afinal, se a França e a Inglaterra perdessem a
Guerra, elas não teriam condições de pagar os
empréstimos e vendas contraídos junto aos Estados Unidos durante o conflito.
Ainda em 1917, devido aos acontecimentos
internos da Rússia que levaram à implantação do socialismo naquele país, Lênin,
que havia assumido o poder, retirou as tropas russas da Guerra. Dessa forma, no
dia 17 de dezembro, a Rússia assinou o armistício com a Alemanha, fato que não
gerou grandes perdas para a Tríplice Entente em virtude das sucessivas vitórias
obtidas com o auxílio dos Estados Unidos.
Atuando nos campos de batalha, os Estados
Unidos utilizaram uma estratégia brilhante, que consistia em sobrevoar a
Alemanha jogando panfletos que defendiam os 14 Pontos de Wilson, um conjunto de
medidas cujo lema principal era a paz sem vencedores, propondo o m da Guerra
sem uma política de punições aos vencidos. Cansados da Guerra, muitos soldados
alemães aderiram à campanha dos estadunidenses e abandonaram os campos de
batalha.
Em 1918, após quatro anos do início do
conflito e diante do fortalecimento da Tríplice Entente, a Alemanha resistia à
Guerra praticamente sozinha, afinal, seus principais aliados já haviam
abandonado os campos de batalha. Somado a isso, vale ressaltar que as elites
alemãs temiam uma revolução socialista, igual à ocorrida na Rússia, devido à
insatisfação dos trabalhadores e dos soldados.
Diante da iminente derrota no conflito, o kaiser
Guilherme II fugiu para a Holanda e o novo governo estabelecido na Alemanha, a
República de Weimar, assinou a rendição do país em um vagão ferroviário em
Compiègne, na França. No dia 11 de novembro de 1918, portanto, chegava ao fim a
Primeira Guerra Mundial.
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