O CONCEITO DE IDADE MÉDIA


O CONCEITO DE IDADE MÉDIA
Tradicionalmente, a Idade Média é caracterizada como o período que se estende do século V, mais precisamente da queda do Império Romano do Ocidente em 476 d.C., até os séculos XV e XVI. Ainda de acordo com essa divisão, o Período Medieval pode ser separado em Alta Idade Média, dos séculos V ao IX, e Baixa Idade Média, dos séculos X ao XV. No período da Alta Idade Média, ocorreu a formação do feudalismo, e, ao longo da Baixa Idade Média, assistiuse à consolidação e à decadência do mundo feudal.
Para alguns autores, no entanto, esse período não teria tido o seu m antes do século XVIII. De acordo com o historiador Jacques Le Goff, a Idade Média chegou ao m com a Revolução Industrial e com a Revolução Francesa, quando ocorreram a consolidação do capitalismo e a crise do Antigo Regime. Segundo essa visão, foi somente nesse período que os valores de origem medieval teriam chegado ao fim.
O mundo medieval foi, durante muito tempo, tratado de maneira preconceituosa. O termo Idade Média, por exemplo, é fruto dessa visão, visto que esse longo período correspondia a um estágio intermediário entre a grandeza da Antiguidade Clássica e o Mundo Moderno. Essa percepção surgiu durante o início da Idade Moderna, com a crescente valorização dos ideais humanistas no contexto do Renascimento. Para o homem renascentista, que valorizava a razão, a Idade Média, marcada pela intensa religiosidade e pelo predomínio da Igreja, foi um período de obscuridade e ignorância. A partir desse momento, termos como Idade das Trevas ou a Longa Noite dos Mil Anos foram comuns para designar tal sociedade. O italiano Petrarca, ainda no século XV, utilizou o termo Tenebrae para se referir a esse momento da História.
De acordo com essa visão, na Idade Média, não teriam ocorrido avanços nas áreas da ciência, das artes e da Filosofia, acreditando-se que o desenvolvimento humano teria sido contido e só seria retomado a partir da Idade Moderna. A arte medieval foi considerada pelos homens renascentistas como grosseira e pobre. Rafael Sanzio, pintor do Renascimento italiano, incorporou esse preconceito utilizando a expressão “gótica” (originária do termo godos, um dos povos denominados bárbaros) para se referir à arte do período.
De acordo com essa visão, na Idade Média, não teriam ocorrido avanços nas áreas da ciência, das artes e da Filosofia, acreditando-se que o desenvolvimento humano teria sido contido e só seria retomado a partir da Idade Moderna. A arte medieval foi considerada pelos homens renascentistas como grosseira e pobre. Rafael Sanzio, pintor do Renascimento italiano, incorporou esse preconceito utilizando a expressão “gótica” (originária do termo godos, um dos povos denominados bárbaros) para se referir à arte do período.
A partir do século XIX, no entanto, a Idade Média passou a ser revalorizada e revista. Foram os românticos – que se opunham ao Racionalismo Moderno – quem resgataram os medievais e os consideraram os formadores das nacionalidades europeias. Um dos ápices do resgate medieval ocorreu durante as invasões napoleônicas do século XIX, já que, diante da expansão francesa, as nações oprimidas exacerbaram o seu discurso nacionalista.
Os historiadores do século XX, por sua vez, passaram a perceber o Período Medieval a partir de suas especificidades. Sabe-se hoje que o desenvolvimento técnico, como na área da agricultura, foi significativo no período. Já na Filosofia, Santo Agostinho e São Tomás de Aquino são exemplos da sofisticação do pensamento medieval. A arte e a arquitetura também são valorizadas e as catedrais medievais são símbolos da grandeza artística do período.


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