A FORMAÇÃO DO ESTADO ESPANHOL


A FORMAÇÃO DO ESTADO ESPANHOL
A luta pela expulsão dos muçulmanos da região da Península Ibérica foi fundamental para a formação dos reinos que deram origem ao Estado espanhol. À medida que os territórios ocupados pelos mouros eram conquistados, surgiam progressivamente os reinos de Leão, Navarra, Castela e Aragão. Esse longo processo finalizou-se com a união dos Reis Católicos, Fernando de Aragão e Isabel de Castela.
Foi fundamental, nesse contexto, a presença da religião católica. A atuação da Inquisição, controlada pelos monarcas desde 1478, foi responsável por garantir a unificação religiosa mediante a perseguição aos judeus e aos mouros, o que reforçou a unidade interna em construção. Após o m da Reconquista e da expulsão dos judeus e dos mouros em 1492, os inquisidores perseguiram e puniram também os judeus e muçulmanos conversos, acusados de ainda praticarem suas antigas religiões. Nos autos de fé, os acusados de heresia recebiam em praça pública a punição pelo suposto pecado cometido. A expulsão desses grupos também permitiu o enriquecimento da Coroa, que confiscava os bens dos chamados hereges.
Além da uni ficação religiosa, foi fundamental a unidade linguística – através da propagação do castelhano –, política e administrativa. A partir do fortalecimento de Castela, foi criado um corpo de funcionários responsável pela centralização e pela fiscalização. Muitos desses funcionários faziam parte da pequena nobreza, que apoiava o processo de centralização personificado pelo rei, em troca de privilégios, pensões e cargos políticos. A uni cação do Estado espanhol não garantiu, no entanto, a unidade irrestrita, visto que havia diferenças culturais e políticas entre os diversos reinos que o constituíam.
Em meio à busca por uma nacionalidade em comum, estavam presentes as culturas basca, catalã, judaica e muçulmana, o que imprimiu um viés de diversidade ao processo de unificação. A descentralização administrativa pode ser percebida durante essa fragmentação, que se de agrou durante a exploração da América, uma vez que a arrecadação das riquezas coloniais foi controlada pelo reino de Castela.

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