O CANGAÇO
Entre o
final do século XIX e meados do século XX, o Nordeste brasileiro foi palco de
um dos tipos de banditismo que mais ficaram famosos na história do nosso país: o
cangaço. Os cangaceiros, como eram chamados os integrantes desses bandos,
eram ladrões, assassinos e andavam fortemente armados. Dentre seus principais
crimes estava o saqueamento de cidades, povoados e fazendas, sem nenhuma
punição, e ainda impondo suas próprias regras e leis na região que “dominavam”.
Tudo isso só era possível por que eles
contavam com o isolamento do sertão, principalmente quando o assunto era
segurança pública. O descaso e a incompetência das autoridades faziam com que
eles assumissem o controle de onde quisessem, em troca de proteção para
coronéis e vários chefes políticos.
Os cangaceiros são vistos hoje, por muitos
estudiosos como uma espécie de Robin Hood (personagem que roubava os bens dos
ricos e dava aos mais necessitados), como um ser pré-revolucionário, que não
seguia as regras e que subvertia toda a ordem social da região onde vivia,
fenômeno que a sociologia determina de banditismo social.
Podemos
comparar o cangaço com o tipo de banditismo que é praticado atualmente nas
favelas do Rio de Janeiro, onde os chefes de quadrilhas, apesar dos crimes
cometidos, são considerados entre os locais como benfeitores, pois dão proteção
àqueles que moram lá e que os seguem.
O cangaço
surgiu no século XIX, mas alcançou seu auge em meados do século 20. Entre os
cangaceiros mais famosos, um deles foi praticamente considerado a
“personificação do cangaço”, por liderar uma quadrilha que atuou por quase
vinte anos em vários estados do Nordeste. Estamos falando de Virgulino
Ferreira da Silva, o tão conhecido Lampião.
A sua fama
veio do seu instinto violento e ousado, que o fizeram atacar até algumas
cidades relativamente grandes, como Mossoró, no Rio Grande do Norte. Nesse caso
específico, o ataque terminou em fracasso, pois a população revidou e repeliu o
ataque. Já em Limoeiro do Norte, no estado do Ceará e em Queimadas, na Bahia, a
situação foi diferente. Lampião e seu bando passaram alguns dias saqueando,
impondo regras e matando descontroladamente os que tentavam resistir.
Em 1938, o governo do estado de Alagoas
começou a se empenhar para capturar Lampião e outros bandos que rondavam na
região. Até que finalmente conseguiram. No ano de 1940, Corisco, o
Lugar-tenente de Lampião continuou a saquear até maio daquele mesmo ano,
jurando vingança pela morte dos homens do seu bando. Mas em pouco tempo, foi
morto por policiais.
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