REPÚBLICA VELHA: AS ESTRUTURAS DO PODER OLIGÁRQUICO


As Estruturas do Poder Oligárquico

A República Oligárquica foi marcada pelo controle político exercido sobre o governo federal pela oligarquia cafeeira paulista e pela elite rural mineira, na conhecida “política do café com leite”. Foi nesse período ainda que se desenvolveu mais fortemente o coronelismo, garantindo poder político regional às diversas elites locais do país.
O período marca também a ascensão e queda do poder econômico dos fazendeiros paulistas, baseado na produção do café para a exportação. Além disso, os capitais acumulados com a exportação do produto garantiram o início da industrialização do país, ao menos na região Sudeste.

Vimos anteriormente que a República tornou-se possível, em grande parte, graças à aliança entre militares e fazendeiros de café. Esses dois grupos tinham, entretanto, dois projetos distintos em relação à forma de organização do novo regime: os primeiros eram centralistas e os segundos, federalistas. Os militares não eram suficientemente poderosos para impor o seu projeto nem contavam com aliados que pudessem lhes dar o poder de que precisavam. Os cafeicultores, ao contrário, contavam com um amplo arco de aliados potenciais e compunham, economicamente, o setor mais poderoso da sociedade.

A partir de Prudente de Morais, que, em 1894, veio a suceder Floriano, o poder passou definitivamente para esses grandes fazendeiros. Mas foi com Campos Sales (1898- 1902) que uma fórmula política duradoura de dominação foi finalmente elaborada: a "política dos governadores”.
Preocupados em conservar o controle sobre os grandes cargos políticos, os oligarcas arquitetaram uma rede de ações políticas que deu origem à chamada política dos governadores. Nesse sistema, o governo federal buscava apoio dos oligarcas estaduais oferecendo recursos financeiros e liberdade de ação política. Em contrapartida, os governos locais tomavam todas as medidas necessárias para elegerem os políticos indicados pelo governo central.

Observamos nesse quadro a grande importância reservada à figura do coronel. Através de sua influência econômica e de outros métodos coercitivos, ele obrigava as populações locais a votarem nos políticos que agradavam as elites que se apresentavam no poder. Não raro, a corrupção do resultado eleitoral e o uso de violência serviam de instrumento para a manipulação dos resultados.

Quando um candidato de oposição vencia as eleições, o governo federal se valia ainda dos poderes da Comissão de Verificação de Poderes. Essa era uma comissão formada por cinco parlamentares que dava a palavra final sobre a vitória de algum candidato. Alegando alguma espécie de fraude ou crime eleitoral, essa comissão tinha a capacidade de “degolar” candidatos que tivessem vencido o pleito.

As maiores evidências da funcionalidade da “Política dos Governadores” foi à perpetuação dos mesmos grupos políticos em várias províncias e a realização da política do “café com leite”. No “café com leite” observamos a alternância de políticos paulistas e mineiros no cargo presidencial. Tal ação refletia o papel central reservado a São Paulo e Minas Gerais no cenário político e econômico brasileiro.

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