O NAZISMO ALEMÃO


O NAZISMO ALEMÃO

Com o fim da Primeira Guerra, em 1918, a Alemanha, derrotada, encontrava-se em uma profunda crise. Para sair da guerra e manter o que restou de seu exército, assinou um acordo de paz chamado “Tratado de Versalhes”. Esse tratado, além de responsabilizar a Alemanha pela Primeira Guerra, proibia o país de fabricar armas, tanques e aviões; obrigava a devolução de territórios conquistados e a redução do exército alemão, além de exigir o pagamento de uma indenização aos países vitoriosos, pelos danos de guerra. Essas imposições criaram na Alemanha um clima de revanchismo, revolta, por parte da população que estava se sentindo humilhada. No final da guerra, o regime monárquico do Kaiser (imperador) caiu, dando início à “República de Weimar”.

Dessa forma, nos anos 1920, a Alemanha chegou a conseguir uma recuperação econômica que se tornou estável até o ano de 1929, quando o mundo sofreu o grande abalo econômico decorrente da quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque.

O termo nazismo advém da abreviatura “nazi” que sintetiza o nome do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães. Esse partido foi fundado logo após o término da Primeira Guerra Mundial em 1918. Aquele que viria a ser seu principal articulador e líder absoluto, Adolf Hitler, entrou para o partido em 1919. Com Hitler, o partido nazista começou a defender posicionamentos políticos que se tornaram uma das ideologias mais perversas da história.

Nesse entretempo, Hitler já havia dado início às suas articulações dentro do partido nazista, procurando penetrar a estrutura do Parlamento de Weimar via eleições. No entanto, a representação nazista não chegava a 4% das cadeiras ocupadas. No ano de 1923, Hitler tentou tomar o poder no estado da Baviera, em Munique. Foi preso e condenado junto a seus acólitos. No seu julgamento, suas palavras expressavam o ódio às sanções do Tratado de Versalhes e o ressentimento nacionalista e racista que daria o tom da sua ideologia.

Nos seis meses em que ficou preso, Hitler desenvolveu sua ideologia no livro intitulado “Minha Luta (Mein Kampf, em alemão), que se tornou política do Estado totalitário quando os nazistas tomaram o poder em 1933. Entre as ideias defendidas pelos nazistas, estava o antissemitismo, isto é, aversão aos judeus e atribuição da culpa da decadência econômica alemã a esse povo, além da atribuição da “degenerescência moral e física” da população alemã também à presença dos judeus e de outros povos (como poloneses, ciganos, negros etc.) na Europa e, em especial, nos países germânicos (Alemanha e Áustria).

A eugenia (a ideologia da raça superior e perfeita) também era marca do nazismo e estava diretamente associada ao arianismo, isto é, à eleição da raça branca como uma raça superior às demais. A política do “espaço vital”, ou seja, um espaço geográfico que comportasse a expansão da raça ariana, também estava prevista nos planos de Adolf Hitler. A construção dos campos de concentração, onde os trabalhos forçados e o extermínio de povos considerados inferiores eram gerenciados, expressou toda a perversidade dessa proposta política.

Com a crise econômica de 1929, todo o esforço de reestruturação econômica da Alemanha arrefeceu. O partido nazista, nesse período de crise, conseguiu agremiar simpatizantes de todos os nichos da sociedade alemã, desde veteranos de guerra e trabalhadores até intelectuais e grandes industriais atraídos pela proposta econômica nacionalista e corporativista dos nazistas. Já nas eleições de 31 de julho de 1932, os nazistas conseguiram 37% dos votos, ocupando assim 230 cadeiras no Parlamento. Era o primeiro passo para a dominação total.

A pressão da presença nazista no Parlamento obrigou o então presidente Paul Von Hindenburg a nomear Hitler Chanceler da República. Com o incêndio do Reichstag (Parlamento), os nazistas puderam pressionar, mais uma vez, Hindenburg a assinar em fevereiro de 1933 um decreto de emergência, suspendendo assim os direitos civis da população sob a justificativa de que a Alemanha sofria de risco que provinha do próprio interior da sociedade.

Em março de 1933, Hindenburg aprovou a lei que permitiu ao Chanceler legislar independentemente do Parlamento. Começava assim a ditadura nazista, propriamente dita, na qual o lider, Füher, tinha plenos poderes. A ditadura de Adolf Hitler teve como características a militarização da sociedade alemã, a máquina de propaganda intensiva em torno da figura do líder, bem como um cuidadoso culto de sua personalidade e dos ritos e símbolos que o partido desenvolveu.

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